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Tue Sep 20 02:58:24 BRT 2022
Planejamento | MODELO DO NEGÓCIO
Como transformei minha indústria em serviço

Conheça a história da empreendedora Milena Satyros, co-fundadora da Star Think Uniforms, e saiba quais são os passos para reinventar um modelo de negócio.

· 08/08/2017 · Atualizado em 20/09/2022
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Há algum tempo, percebi que o antigo modelo, do qual eu entendia tão bem, não iria me levar na extensão do meu sonho. Virar a chave para uma nova oportunidade envolveu preparar a empresa e a mim mesma. 

Para pensar fora da caixa é preciso ter profundo conhecimento do que se passa dentro da caixa.

No mundo da indústria têxtil e de confecção não é diferente. As atenções devem estar voltadas para onde as ideias nascem e também como elas serão transformadas em produtos que atendam às necessidades do mercado. É garantir que as coisas funcionem em harmonia. Estudei sobre produção, gestão da qualidade para ganho de eficiência fabril, aprendi a gerir uma indústria que confeccionava uniformes para grandes marcas.

Num determinado momento, percebi que esse modelo que dominei não iria mais me sustentar na extensão do meu sonho. Era hora de mudar. Olhar para o que eu tinha diante de mim e reinventar.

Era o momento de desenhar um novo modelo de negócios do zero. Passar da indústria para o serviço. Do olhar da produção para a visão imaginativa da criação. Desconstruir para construir, uma nova empresa, um novo jeito de fazer.

A mentoria que fez despertar

A semente da mudança foi plantada em uma mentoria. Um dia, conversando surgiu uma provocação:

“Vocês são pura criatividade e inovação na criação das roupas! Mas ,por que ainda insistem na produção? Focar na melhor expertise pode trazer uma mudança de percepção de valor importante para a companhia.”

Eu sempre acreditei nisso, se você faz aquilo em que é verdadeiramente bom, e foca no que mais gosta, consegue potencializar competências para fazer ainda melhor.  A nossa essência não estava na produção, por isso comecei a estudar sobre o mercado de terceirização, para entender as possibilidades que tinha.

Nossa realização estava na criação de coleções, roupas bonitas, que de alguma forma elevam a autoestima de quem usa os uniformes, na moda, na tecnologia e na criatividade. Eu sabia que era exatamente nisso que devia apostar minhas fichas.

Mas, como resolver a cabeça da empreendedora que nasceu modelando o negócio para a produção?

Já imaginou ter uma empresa lucrativa e trabalhar fazendo algo que você sempre sonhou? Acredito que muitas pessoas responderiam de forma positiva a essa pergunta. Permita outra pergunta. Teria coragem de mudar todo o modelo de negócio dessa empresa e abrir mão do certo pelo duvidoso? Dessa vez acredito que muitos não responderiam de forma tão positiva. A empresa estava dando certo, com rentabilidade planejada.

Mas, como você se desapropria de uma coisa que julga ser sua? Que nasceu da sua cabeça, cresceu com você e, até então, parece funcionar?

Para você realmente mudar o modelo de negócio, precisa desapegar das coisas que foram fundamentadas no momento da criação da empresa. Esse desapego é fundamental. E ele começa com você.

Os fundamentos do novo projeto começam dentro de nós

Antes de partir para a mudança, precisamos transformar primeiro a nossa própria mentalidade. Começar a pensar com uma cabeça diferente daquela que fez a sua empresa existir. E essa não é tarefa fácil. Você pensa, pensa, pensa e quando menos vê, está pensando do mesmo jeito, de novo. Chega a parecer uma limitação do próprio cérebro. No meu caso, foram dez anos pensando com a mentalidade de indústria. Virar a chavinha para serviço não iria acontecer de um dia para o outro. É preciso ter persistência, paciência e querer de verdade mudar.

Planejei todas as necessidades dessa nova empresa, eram tão minhas quanto a primeira ideia que fez nascer a atual empresa dez anos atrás. Eu conseguia até visualizar o modelo na minha cabeça, ele estava conectado comigo, com o meu propósito. Mas, só dois anos depois que o planejamento se consolidou.

Passei esse tempo estudando maneiras de fazer essa transição. Fui para o mercado conhecer os novos formatos de linha de produção, fazer benchmarks, conversar com empresários de serviços, entender o funcionamento dos negócios de comunicação e publicidade. Fui conversar também com os meus fabricantes para descobrir de que forma eu poderia ser importante para eles. Tive que mergulhar fundo para aceitar, internalizar essa nova abordagem para o crescimento de um negócio que quer ser cada vez mais lucrativo: explorar novos mercados em vez de disputar com seus concorrentes aqueles já saturados, encontrar o meu próprio oceano azul.

Em paralelo, também passei por uma aceitação pessoal. A cobrança que você se faz como empreendedora é alta porque tudo o que você quer é colocar o pé no acelerador. Mas, se estiver em modo de transição, não vou conseguir pensar 100% nem no hoje, nem no amanhã. Com paciência e aceitação, sei que estarei logo mais com os dois pés no amanhã.

Essa é a verdadeira montanha-russa: manter o negócio girando hoje e já olhar para o que vem a seguir

Mergulhando fundo no oceano azul

Com as conversas que tive ao longo dos últimos dois anos, percebi uma coisa: quando você está no lugar onde está a maioria, é hora de parar para repensar sua vida. Decidi tirar eu mesma de cena — a empreendedora de indústria — para construir uma ideia que não existia ainda no meu mercado.

Eu queria traçar uma estratégia para navegar em novas águas, com novos ventos.

A fase de benchmarks foi bem sucinta. Não tive muita oportunidade de falar sobre isso porque eu estava cuidando dos problemas da indústria, mas toda vez que encontrava pessoas e ia a eventos, eu perguntava como eles trabalhavam, quais eram as maiores dificuldades, como funcionava o modelo financeiro… E de perguntar, comecei a ter respostas bem interessantes e ligar os pontos com minhas reais convicções.

De repente, passamos por uma situação bastante complicada no negócio, uma séria crise se instalou. Foi essa crise que me deu a oportunidade de testar. Comecei fazendo pequenos testes de modelo de serviço. Desenhei alguns planos e fui testando.

A virada de modelo de negócio

Estabeleci, então, o prazo máximo para essa mudança acontecer: seria na metade desse ano, mês de junho. Como um filho que está para nascer, eu olhava o calendário e via que a hora estava chegando. Mas me perguntava: e tudo isso? Todas as demandas e tarefas que ainda precisava executar para a virada de chave?

Momentos de ansiedade afloraram, passei três dias em estado de choque. Sentia como se estivesse abandonando meu primeiro filho. Foi aí que percebi: a mudança do negócio não me preocupava, o que me tirava o sono era me preparar para mudar o modelo mental.

Chegava a hora de desapegar de verdade

É muito comum diante do processo de mudança se pegar por muitas vezes pensando do mesmo jeito. Os desafios são diferentes. Logo, os pensamentos e atitudes também devem ser diferentes.

No começo do ano, meu relógio interno já me dizia que chegava a hora. Era mais uma intuição do que uma certeza. Eu sentia que era o ano da virada. Foi, então, que sentei com dois mentores para validar o novo modelo de negócio.

Eles não me deram certeza porque ninguém tem certeza de nada. Mas, me deram a tranquilidade de que eu estava pisando no caminho certo

Não tem fórmula certa, tem o exercício de acreditar, de botar para fazer  e sentir como vai funcionar. Temos que estar abertos para as coisas que não podemos controlar.

Parece que você está descendo de montanha-russa na primeira cadeirinha. Você já tem experiência, modelou, fez benchmarking, agora é acreditar que aquele é o melhor de você.

As luzes não se apagam de uma vez

Na prática, não se apaga as luzes de uma indústria do dia para a noite. Você vai tirando as tomadas aos poucos, quando não precisa mais delas, de forma orgânica. Quando você tem uma indústria, já acorda pensando em despesa fixa. Mas, agora orientada para serviços, não tenho mais que tocar alarme. A cabeça muda, a estrutura muda e as pessoas mudam junto. Os colaboradores da indústria e de serviços têm um modelo mental diferente. A concepção é completamente diferente. A dimensão também. Se de um lado você precisa de um batalhão para a indústria, por outro você precisa de um time altamente eficaz com a inovação na veia, para serviço.

A relação com os parceiros também merece atenção especial. A indústria passa a ser uma importante parte interessada. São eles que irão transformar os sonhos em realidade. A indústria, hoje, nos enxerga como um gerador de demandas. A nova empresa passa a ser um grande gerador de emprego e renda para muitas confecções sediadas em todo o Brasil.

Uma startup com bagagem para escalar

Todo processo de transformação aconteceu no tempo certo, sem pisar no acelerador. A natureza não dá saltos. Recebemos as ideias do mercado, das pessoas, dos clientes… E eles nos dão o tom para sabermos a hora da transição, para não perder o compasso.

Trouxe pessoas com mais bagagem e experiência, colocando cada vez mais inteligência no negócio, destinando menos energia para a operação. A operação, no serviço, está no modo de pensar, na cabeça que está na sua máxima potência.

Nós agora somos uma empresa de serviços, acordamos todos os dias para valorizar as pessoas no ambiente de trabalho com soluções de moda, estilo, comunicação que possibilitam a entrega de autoestima, bem-estar e de modelos inovadores de experiências e sensações.

Hoje, o meu sonho é maior porque ampliei as fronteiras. Antes, o sonho era o Brasil, agora nós queremos o mundo!

Original de: Milena Satyros, co-fundadora da Starthink Uniforms. Veja mais em:

Empreendedores jovens buscam mudanças e inovações para o mercado - Sebrae

6.3 Planejamento de mudanças: Guia ISO 9001 - Portal ISO

Conteúdo produzido em parceria com a Endeavor Brasil

 


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