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Wed Jun 14 15:49:16 BRT 2023
Empreendedorismo | SUCESSO
Conheça a trajetória da fundadora do Grupo Máquina

Maristela Mafei, hoje associada a Cohn & Wolfe, conta quais foram os desafios que precisou superar para se destacar na área de relações públicas.

· 05/08/2016 · Atualizado em 14/06/2023
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Quando Maristela Mafei tomou a decisão de abrir o próprio negócio, parecia existir uma conspiração para que ela desistisse. Depois de deixar o cargo de repórter no jornal Folha de S.Paulo, ela sacou US$ 800,00 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para investir na empresa. Foi roubada. Além disso, um dia antes, haviam levado também o carro, que não tinha seguro. Não sobrou muita coisa que ela pudesse arriscar.

A única alternativa foi vender a linha de telefone residencial. Em 1995, ela valia aproximadamente US$ 2 mil, o suficiente para alugar uma salinha de 6m² e colocar o negócio para rodar até ele começar a gerar receita. No escritório ou na rua, ela fazia de tudo, do café ao release de imprensa.

Com muita garra, Maristela aprendeu bastante, cresceu com o negócio e foi selecionada como uma das primeiras Empreendedoras Endeavor. Transformou a Máquina da Notícia em Grupo Máquina e, agora, em Máquina Cohn & Wolfe, com a recente associação à WPP, líder mundial em publicidade e relações públicas.

“Você é uma máquina!”

Criada no interior de São Paulo, Maristela Mafei sonhava em ser repórter de um jornal de grande circulação. Dava brilho nos olhos a ideia de sair, avidamente, correndo atrás da informação. Quando assinou a primeira matéria de capa no jornal, a mãe recortou a reportagem e mostrou para todos os vizinhos.

Logo, Maristela começou a conquistar o espaço na redação e reputação fora dela. Com isso, veio um convite: tornar-se gerente de comunicação da Parmalat, que, na época, estava se expandindo no Brasil. 

Mas, em vez de dizer sim, ela compartilhou uma preocupação: em uma grande empresa, deixaria de fazer um pouco do que gosta e de ser parte do core business. “Por que então você não abre sua própria empresa e passa a ser nossa fornecedora?”, sugeriu um gestor da Parmalat.

Maristela considerou. Lembrou que ficava irritada, como repórter, com o grau de atenção e profissionalismo das assessorias de imprensa com as quais conversava. Em 1995, a abertura política e econômica estava só começando, e o Brasil passava por um processo de privatização.

Havia um novo Código de Defesa do Consumidor, uma nova Constituição, e as barreiras para a entrada de produtos estrangeiros haviam caído. Cresceu a demanda de empresas que precisavam se comunicar com todos os públicos e, principalmente, com a mídia.

Foi combinando a experiência prévia, um ambiente propício e a certeza de começar com a Parmalat como cliente que Maristela encontrou um mercado com enorme potencial empreendedor. Então, passou de uma caçadora de informação para provedora de informação e abriu uma pequena assessoria de imprensa.

E ela não começou apenas com um grande cliente, mas também com um grande mentor. Quando pediu demissão da Folha de S.Paulo, o falecido Octavio Frias, dono do veículo na época, a fez prometer que ela voltaria uma vez por mês para contar tudo sobre o novo negócio.

Ele a aconselhava sobre custos, tributação, gestão e ainda se envolvia na parte comercial: “Eu mostrava alguma proposta que o cliente tinha achado cara, e ele pedia para ver quem era”, conta Maristela. E ele incentivava: “Eu conheço! Pode fazer seu preço porque ele tem problemas, vai precisar de você.” Foi também Frias quem ajudou a batizar o negócio: “Você é uma máquina, tem que ter ‘máquina’ no nome.”

Sem vergonha

Maristela conta que, na época em que fez faculdade, o bonito das aulas de jornalismo era mandar o aluno ir para a rua e voltar com uma reportagem feita. Ela não tinha ideia do que era um ambiente corporativo, de como se comportar nele.

Segundo ela, o sucesso inicial da empresa se deve a um fator muito básico: nunca ter vergonha de pedir ajuda. “Eu visitava algum cliente e aproveitava a conversa: ‘olha, me desculpe, mas eu estou começando a contratar mais funcionários e queria perguntar: como você estruturou o RH da sua empresa?’", conta. "E eles gostavam disso”, completa.

Embora possa ter sido um momento de muita dificuldade, Maristela assume que foi também um período engraçado, já que sempre recorria a um improviso aqui ou ali. Os clientes começaram a demandar produtos – um clipping de imprensa, por exemplo –, mas não havia dinheiro nenhum para investir.

Quem resolvia era Uziel, o office boy (que está na Máquina até hoje, com outro cargo), que descia para a banca de jornais, comprava todos os impressos, lia tudo e recortava as matérias em que o cliente aparecia. E, assim, a empresa geria os recursos – claro que não de forma ideal, mas ninguém ficava insatisfeito.

Por causa do cuidado em atender e superar expectativas, a maioria dos clientes seguintes fechou acordo por meio de indicação. Os próprios gerentes de comunicação da Parmalat, quando faziam uma transição para outra empresa, queriam ser atendidos pela Máquina. O crescimento foi natural, mas o mundo dos negócios não é assim tão cor-de-rosa, e, naturalmente, vieram também os primeiros tombos.

O mais forte talvez tenha sido logo no terceiro ano da empresa, quando a Máquina enfrentou um problema sério de inadimplência. Foi também quando Maristela sentiu o impacto de ter dado tanta informalidade ao negócio – bom para a cultura interna, mas ruim para os relacionamentos comerciais: “Eu conseguia resolver os problemas dos clientes, entregar o que eles queriam, mas tinha muita dificuldade de fazer cobranças, por exemplo”, revela.

Um leão por dia

Ao mesmo tempo, a falta de planejamento fez bastante bem para a Máquina da Notícia, que aos poucos ia se tornando o Grupo Máquina. Maristela conta que aprendia com os desafios da rotina, no bom estilo “matando um leão por dia”.

“Eu não sabia que era impossível fazer muita coisa”, revela. Foi assim que ela estruturou uma agência 360º, com áreas que vão de digital a relações governamentais, passando por assessoria financeira e núcleo de personalidades.

Maristela sempre acompanhou as novidades do mercado, soube se antecipar e implementar uma cultura de inquietude intelectual muito forte: “Aprendemos muito com os executivos das empresas clientes, fomos buscar referências de reputação fora do país, fizemos cursos, viajamos, fomos ver o que é que o mundo estava fazendo. Isso nos trouxe horizontes inacreditáveis”, conta.

Entre esses clientes, por exemplo, estão EYCarrefourBRMalls e outras gigantes, incluindo também grandes empreendedores e executivos, como Jorge Paulo Lemann.

Como resultado, a Máquina hoje tem escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e mais de 250 funcionários. Maristela Mafei se tornou uma das maiores especialistas do setor do Brasil, com dois livros publicados, sendo a única Empreendedora Endeavor à frente de uma agência de relações públicas.

Quando a empresa chegou ao seu 23º ano de operações, passou a fazer parte da Cohn & Wolfe, subsidiária da WPP, líder mundial de publicidade e relações públicas. 

Estratégia integrada, excelência da entrega e cultura do negócio são os ingredientes para 27 anos de sucesso.

“Essa parceria vai trazer forças globais sem precedentes que não só fortalecem nossos clientes com negócios internacionais, como também devem atrair outros da América Latina. Vamos continuar oferecendo o melhor da nossa cultura, mas agora associados a uma das maiores agências do mundo! Eu não poderia estar mais orgulhosa das conquistas do nosso time e do trabalho que fizemos pelos nossos clientes”, vibra.

Começar pequeno, mas de forma sustentada para abraçar o crescimento é o segredo dos negócios de sucesso. Fortalecer a marca e vislumbras parcerias são as melhores formas de tornar uma empresa competitiva em seu mercado. 

Conteúdo feito em parceria com a Endeavor Brasil


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