Investir em integridade é um bom negócio e pode ser realizado com baixo custo e sem causar grandes mudanças no dia a dia das empresas.

Em geral, integridade é definida como a qualidade daquele que se comporta de maneira correta, honesta e contrária à corrupção. Em nossa sociedade, cidade ou bairro, sempre existe alguém conhecido por todos como sendo uma pessoa boa, que faz o certo, adota valores e respeita o próximo e toda a comunidade.
Essa pessoa boa, honesta e íntegra é tida como um exemplo a ser seguido, como um bom amigo, ou bom parente, ou ainda simplesmente como alguém que vale a pena ser conhecido. É normal nos sentirmos bem ao lado dela. A integridade traz confiança, conforto e lealdade.
Ter integridade significa dar exemplo, ter valores e adotar uma conduta correta. E não é só no campo das amizades e dos relacionamentos que a integridade tem valor: tanto para a vida pessoal ou comunitária quanto para as relações comerciais, a integridade é um bom negócio!
Uma empresa íntegra atua dentro da legalidade, pautando suas atividades por valores e princípios éticos, buscando sempre defender a honestidade e impedir a ocorrência de irregularidades em seus negócios.
Para que a integridade seja garantida, é recomendável que a empresa estabeleça valores, regras, mecanismos e procedimentos para orientar a atuação de seus funcionários e dirigentes, tanto internamente, quanto na relação com clientes e parceiros, com o objetivo de prevenir, detectar e sanar a ocorrência de desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional e estrangeira. Esse conjunto de medidas adotado pelas empresas com a intenção de evitar a ocorrência de irregularidades é conhecido como programa de integridade.
Integridade independe do tamanho da empresa e do ramo de atuação. Adotar uma postura correta é um dever de cada cidadão, empresa ou instituição. Ter valores e preocupar-se em combater e prevenir a ocorrência de irregularidades não depende da quantidade de funcionários ou de estar atuando em outros países; ter integridade é um compromisso com você, com sua empresa e com sua sociedade.
Benefícios para quem adota medidas de integridade:
- Mais conhecimento sobre o seu negócio e o mercado em que atua;
- Melhor aplicação de recursos financeiros;
- Proteção: evita a ocorrência de fraudes e de irregularidades;
- Maiores chances de contratação;
- Redução de penalidades, caso a empresa seja responsabilizada com base na Lei Anticorrupção.
O Sebrae realizou uma pesquisa com dois mil sócios proprietários de micro e pequenas empresas no Brasil, de 22/10 a 14/11/2018, para identificar a situação atual das MPE quanto à questão da integridade das empresas.
Os principais resultados foram:
- Na média, apenas um pouco mais do que uma em cada três (36%) entrevistadas costuma vender para ‘grandes empresas’, o que, no mínimo indica um considerável espaço para crescimento nessa direção;
- Tal situação é um pouco pior no universo das microempresas (33%), mas mesmo nas EPP (48%) tal direcionamento das vendas para as ‘grandes empresas’ ainda se restringe a menos da metade desse universo;
- Entre as MPEs que não costumam vender para as ‘grandes empresas’, a maioria (56%) gostaria de começar a fazê-lo;
- A aspiração de ampliar o mercado vendendo para as grandes empresas é um pouco maior nas MEs (58%) se comparado às EPPs (49%);
- O conhecimento com relação à demanda de um ‘programa de integridade’ ainda é bem restrito no universo de ME e EPP, limitando-se a aproximadamente um em cada três desses entrevistados (35%);
- Esse conhecimento é um pouco maior (18%) junto ao perfil de EPP, mas ainda assim ambos os percentuais são ainda bastante restritos;
- O conhecimento com relação à responsabilização da empresa a partir de algum ato de corrupção praticado por um funcionário abarca dois em cada três empreendedores (66%);
- Esse conhecimento é um pouco maior (14%) no grupo das EPPs (72%), mas de qualquer forma já se trata de percentuais robustos;
- Atualmente, apenas uma em cada três empresas entrevistadas (33%) possui um código de ética formal, o que não deixa de ser um resultado interessante na medida em que se tratava apenas de ME e EPP;
- Tal situação é mais frequente no grupo das EPPs (40%), proporção 1/3 maior que o verificado nas MEs (31%). De qualquer forma, já se trata de um bom ponto de partida para uma maior disseminação e para a consolidação de programas de integridade entre as MPEs;
- Praticamente uma em cada duas empresas entrevistadas (46%) já realizaria algum treinamento sobre valores, condutas e comportamentos, o que não deixa de ser um resultado bem positivo na medida em que se trata de ME e EPP;
- Tal situação é mais frequente junto ao grupo das EPPs (52%), proporção 1/5 maior que nas MEs (44%);
- Atualmente, apenas cerca de uma em cada cinco empresas entrevistadas (22%) já publicou uma declaração sobre valores e compromisso, proporção bem inferior aos demais itens aqui utilizados para avaliar o nível de integridade dessas empresas;
- Tal situação é mais frequente no grupo das EPPs (31%), bem superior ao verificado nas ME (20%), mas de qualquer forma já seria um ponto de partida para uma maior disseminação e para a consolidação de programas de integridade entre as MPEs;
- O desconhecimento sobre os programas de integridade, como esperado, por se tratar de ME e EPP, é muito reduzido, tanto que mais de um em cada quatro entrevistados (26%) reconhece não ter nenhum conhecimento sobre o tema;
- Ainda que o desconhecimento sobre programas de integridade seja bem elevado, paradoxalmente é bem presente a percepção da importância das empresas possuírem o seu próprio;
- Atualmente apenas cerca de uma em cada sete empresas entrevistadas (15%) já possui o seu próprio programa de integridade;
- Tal situação é mais frequente no grupo das EPPs (18%), com quatro pontos percentuais acima das MEs (14%), mas de qualquer forma já seria um ponto de partida para uma maior disseminação e para a consolidação de programas de integridade entre as MPEs.
Os dados acima deixam claro que o tema de integridade empresarial ainda precisa ser muito trabalhado junto às micro e pequenas empresas.
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Artigo criado a partir do conteúdo do DataSebrae.
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