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Mercado e Vendas | ESTUDO DE MERCADO
Conheça o artesanato quilombola

Baseada em conhecimentos ancestrais dos negros africanos escravizados no Brasil, essa atividade permanece como símbolo identitário.

· 04/08/2022 · Atualizado em 18/08/2022
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Até pouco tempo atrás, acreditava-se que o desenvolvimento do ciclo de mineração no Brasil colonial tinha sido obra de bandeirantes e aventureiros. Recentemente, no entanto, descobriu-se que os africanos escravizados tiveram um papel fundamental na economia do país daquela época.  

Trazidos para o Brasil em navios negreiros, os africanos não eram apenas cobiçados pelo seu vigor físico para trabalhar nas plantações de açúcar, mas pelas habilidades e conhecimentos que os colonizadores sabiam que eles possuíam como ferreiros, metalúrgicos, ourives, curtidores de couro, tecelões, pintores de tecido, costureiros, ceramistas, entre outros.

Quando alguns escravizados começaram a se rebelar e a fugir do cativeiro, já no final do século 16, eles formaram comunidades que inicialmente foram chamadas de mocambos e, depois, de quilombos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, destruído pelos colonizadores brancos em 1694.

A visão tradicional é de que quilombos eram unidades isoladas que produziam apenas para consumo próprio. Na verdade, os habitantes dos quilombos, os quilombolas, se relacionavam com diversos setores da sociedade colonial, vendendo excedentes de sua produção para fazendas, vilas, feiras e entrepostos de trocas.

Como realizavam vários tipos de atividades, como plantações e produção de farinha, os quilombolas estabeleceram relações econômicas com mascates, pescadores, camponeses, garimpeiros etc. 

Essas foram as origens das atuais comunidades quilombolas, que se distinguem das demais populações agrícolas pela presença de uma cultura específica, que se baseia em saberes tradicionais, originários dos antepassados africanos escravizados no Brasil.  

Artesanato quilombola 

Nascido do trabalho dos negros que buscavam a liberdade fugindo das senzalas, o artesanato quilombola se destaca pelo uso de vários recursos naturais para a confecção de objetos e instrumentos de trabalho. Alguns desses materiais são a madeira, a taquara, a palha de milho, a fibra de bananeira, a canela e a piaçava. Esse artesanato é, então, o resultado de um rico repertório de bens culturais que expressam os modos quilombolas de fazer, sentir e se relacionar com a natureza e com a própria comunidade.

É um trabalho que preserva e promove tanto as técnicas ancestrais quanto as matérias-primas naturais, disponíveis no ambiente onde vivem e interagem. Embora o artesanato quilombola tenha se constituído em uma importante fonte de renda para essas comunidades, a produção artesanal para a comercialização não é o único fim dessa atividade. 

Na vida quilombola, o artesanato tem inúmeras finalidades funcionais, como a fabricação de utensílios, vestuário e ornamentos para domicílios. Muitas atividades ajudam na preservação ambiental, como o artesanato com palha de bananeira ou o de piaçava, usado para fazer vassouras.   

Mas o artesanato quilombola também tem propósitos ritualísticos, de resgate da memória e da cultura histórica das comunidades negras, para que as gerações mais jovens se reconheçam no coletivo onde estão inseridas.  

Comunidades quilombolas

No Brasil, segundo levantamento do IBGE, em 2019 existiam 5.971 localidades quilombolas no Brasil. 

Abaixo estão alguns exemplos de comunidades quilombolas que produzem artesanato e seus respectivos materiais: 

Quilombo do Prata e Quilombo Mumbuca, no Jalapão (TO) – Produção com capim dourado;

Quilombos da Ribeira, no Estado de São Paulo (SP) – Produção com palha da bananeira;

Giral Grande, na área rural do município de Maragojipe, no Recôncavo Baiano (BA) – Produção de artesanato de retalhos;

Quilombo Conceição das Crioulas, em Salgueiro (PE) – Produção de bonecas de palha;

Associação Quilombolas dos Artesãos de Santa Maria, em Alcântara (MA) – Produção com fibra da palmeira do buriti.

Preservada ao longo de várias gerações, a rica cultura dos quilombolas se baseia em um vasto conhecimento sobre a natureza. Como dependem da natureza para sua subsistência, essas comunidades têm uma relação amistosa com ela, realizando o manejo sustentável. Os quilombolas sabem há séculos que sua sobrevivência - e a nossa - depende diretamente de uma relação harmoniosa com a Mãe Natureza. 

Saiba mais:

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