Artigo / Finanças
Seja para expandir o negócio, investir em novos equipamentos, cobrir despesas inesperadas ou simplesmente para manter o fluxo de caixa saudável, o acesso a recursos financeiros adicionais pode ser crucial para o MEI.
Na busca por crédito, não é incomum se deparar com juros altos e propostas enganosas, ou mesmo acabar contraindo dívidas sem um planejamento adequado. Para facilitar a sua jornada, reunimos aqui as informações que você precisa para conseguir crédito com segurança, seguindo caminhos confiáveis e evitando os erros mais frequentes.
Preciso mesmo de crédito agora?
A decisão de buscar crédito não deve ser tomada por impulso. Antes de iniciar a procura por um empréstimo, é fundamental que o MEI realize uma autoavaliação criteriosa do seu negócio e da real necessidade do recurso financeiro. Muitas vezes, um ajuste no fluxo de caixa, uma renegociação com fornecedores ou um corte de despesas supérfluas podem ser suficientes para contornar a situação sem a necessidade de endividamento.
Avaliar a saúde financeira da empresa é o primeiro passo: organize as contas, mapeie todas as receitas e despesas para entender claramente a situação atual do seu negócio.
Outro ponto crucial é definir com clareza o objetivo do crédito. O dinheiro será utilizado para capital de giro, para cobrir despesas operacionais do dia a dia? Ou será destinado a um investimento específico, como a compra de novas máquinas, a reforma do estabelecimento ou a contratação de uma pessoa? Talvez seja para uma emergência, um imprevisto que desequilibrou as contas. Ter essa finalidade bem definida não só facilita a escolha da linha de crédito mais adequada, como também ajuda a dimensionar o valor realmente necessário, evitando pegar mais do que o necessário e, consequentemente, pagar mais juros.
Um bom plano de negócios, que detalhe os objetivos e as etapas para alcançá-los, é uma ferramenta poderosa nesse momento, pois ajuda a registrar as prioridades e a diminuir riscos e incertezas antes mesmo de abordar as instituições financeiras.
Conheça o PNBox, a ferramenta do Sebrae para criação de Plano de Negócios.
Conheças as linhas de crédito disponíveis para MEI
Pronampe
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte é uma das linhas de crédito do governo federal mais conhecidas para pequenos negócios. Criado como medida emergencial durante a pandemia de Covid-19, tornou-se uma política pública de crédito permanente, estendendo-se também aos MEIs a partir de julho de 2022. Esse programa oferece condições facilitadas, como taxas de juros menores (Selic + 6% ao ano, por exemplo) e prazos de pagamento mais longos (até 48 meses, com carência de até 11 meses). E os recursos podem ser utilizados tanto para investimentos quanto para capital de giro. Uma grande vantagem é que, em geral, não exige garantias reais como imóveis ou veículos, podendo utilizar o Fundo Garantidor de Operações (FGO) ou a fiança do próprio empresário. Para solicitar, o MEI precisa autorizar o compartilhamento de seus dados de faturamento da Receita Federal (via Portal e-CAC) com a instituição financeira desejada.
FAMPE
O Sebrae, através do FAMPE (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), oferece uma importante ferramenta de garantia. O FAMPE não é uma linha de crédito em si, mas um fundo que complementa as garantias exigidas pelas instituições financeiras, facilitando o acesso ao crédito para MPEs, incluindo MEIs, que não possuem todas as garantias reais (como imóveis ou veículos) solicitadas pelos bancos. O FAMPE pode garantir até 80% do valor da operação, dentro dos limites do programa, e geralmente resulta em taxas de juros menores. Para se beneficiar, o MEI deve verificar se a instituição financeira onde busca o crédito é conveniada ao Sebrae para oferecer o FAMPE.
CRED+
Essa plataforma também é do governo federal e faz parte do Programa de Simplificação do Acesso a Produtos e Serviços Financeiros para os Pequenos Negócios, que tem por objetivo facilitar o acesso a soluções financeiras. O MEI faz uma solicitação de crédito ou outro serviço (aquisição de máquina de cartão, por exemplo), e ela é enviada a diversas instituições, que irão retornar para o empreendedor com uma proposta.
Bancos públicos
Os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, tradicionalmente oferecem linhas de crédito específicas para microempreendedores. A Caixa, por exemplo, possui opções que podem ser solicitadas até mesmo pelo aplicativo Caixa Tem, com valores que variam (para MEI, geralmente entre R$ 1,5 mil a R$ 3 mil) e prazos de pagamento que podem ultrapassar 12 meses. Costuma ser necessário comprovar no mínimo 12 meses de atividade como MEI para acessar essas linhas.
Cooperativas
As cooperativas de crédito surgem como uma alternativa interessante, muitas vezes com taxas mais competitivas e um relacionamento mais próximo com o cooperado. Vale a pena pesquisar as cooperativas que atuam na sua região e verificar as condições oferecidas para MEIs.
Fintechs
São empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros de forma digital, ágil e menos burocrática. Algumas que disponibilizam empréstimos online para MEIs são: BNDES (com o Cartão BNDES), Banco Inter, Provu, Biz Capital, Iouu e Creditas, com taxas de juro que podem variar de 0,9% a 1,99%a o mês + IPCA até, dependendo da instituição e do perfil do cliente e prazos de parcelamento que podem ir de poucos meses até 240 meses em alguns casos. Ao optar por uma fintech, é crucial verificar sua reputação, se está autorizada a operar pelo Banco Central e comparar atentamente as condições contratuais.
3 passos para evitar armadilhas na hora de conseguir crédito
1. Desconfie de promessas fáceis
Primeiramente, desconfie de promessas fáceis e condições milagrosas. Crédito rápido, sem consulta aos órgãos de proteção ao crédito, ou com taxas de juros muito abaixo da média do mercado, geralmente escondem custos embutidos ou, pior, podem ser indicativos de golpes. É fundamental pesquisar a reputação da instituição financeira antes de fornecer qualquer dado pessoal ou empresarial. Verifique se ela é autorizada a operar pelo Banco Central do Brasil.
2. Nunca pague taxa antecipada para liberação de crédito
Instituições financeiras sérias não cobram valores adiantados para analisar ou aprovar um empréstimo. Essa prática é um forte indício de fraude. Qualquer solicitação de depósito prévio para "liberar o dinheiro" deve acender um sinal vermelho imediato.
3. Compare o CET (Custo Efetivo Total), não só a taxa de juros
Ao comparar propostas de diferentes instituições, não se atenha apenas à taxa de juros nominal divulgada. O mais importante é analisar o Custo Efetivo Total (CET) da operação. O CET engloba todas as taxas, impostos, seguros e outras despesas envolvidas no empréstimo, oferecendo uma visão real do quanto você pagará ao final. Muitas vezes, uma taxa de juros aparentemente baixa pode vir acompanhada de outras tarifas que encarecem significativamente o crédito. Solicite sempre a planilha do CET antes de assinar qualquer contrato.
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Mon May 19 17:24:55 BRT 2025