Confira novos caminhos que podem ser percorridos na construção civil mirando os cuidados com o meio ambiente.

No Brasil, em 2008, foram produzidas 461,7 kton de embalagens PET, e, infelizmente, o uso dessas garrafas plásticas seguiu aumentando nos últimos anos.
Os piores problemas originados do descarte de materiais plásticos é o espaço que ocupam nos aterros sanitários e a dificuldade de sua decomposição.
O PET, ou politereftalato de etileno, é um dos maiores vilões do mundo atual, pois é capaz de poluir o meio ambiente consideravelmente. Mas estudos recentes apontam novas alternativas para a destinação correta desse material, e a construção civil é uma das áreas que têm muito a contribuir.
Quais poderiam ser essas soluções? Continue lendo e confira novos caminhos a serem percorridos, sempre visando aos cuidados com o meio ambiente.
Principais técnicas de reaproveitamento do PET
A reciclagem de garrafas PET é capaz de gerar empregos nas cooperativas de catadores de lixo reciclável e em empresas de reciclagem, além de beneficiar o meio ambiente.
Esse processo normalmente acontece da seguinte forma:
- As embalagens PET são lavadas e prensadas.
- Os fardos de plástico formados são triturados, resultando em flocos.
- Os flocos passam por um processo conhecido como extrusão, resultando em grãos.
- Os grãos são transformados em fios de poliéster ou produtos plásticos, como embalagens, placas de sinalização, tubos e conexões, cordas de varal, porta-lápis, régua plástica etc.
Ultimamente, empresas de arquitetura e engenharia civil têm dado mais atenção ao PET. Confira algumas das formas que a indústria encontrou para reaproveitá-lo.
PET na fabricação de tijolos
Um material obtido a partir do PET triturado com areia, vidro e outros materiais é aquecido e misturado em uma máquina chamada creponeira. Desse processo, obtém-se uma massa muito semelhante ao asfalto.
Esse novo composto é colocado em moldes que pode ser usado como blocos para pisos de calçadas, meios-fios, estacas e outros. Cada tijolo ecológico usa em torno de 20 garrafas PET.
PET na fabricação de blocos de concreto
Essa técnica consiste na substituição de 15% da areia utilizada na produção de blocos de concreto por garrafas PET moídas.
As peças com adição de PET possuem poros melhor preenchidos, menos permeáveis e mais resistentes a impactos. O tijolo comum teve resultado de 1,10 MPa - resistência à flexão média. Já os tijolos ecológicos apresentaram 1,94 MPa - ou seja, são mais leves e resistentes.
Benefícios para a construção civil
O plástico PET possui alta resistência mecânica, química, à compressão, ao fogo e a fenômenos naturais. Sua capacidade isolante também é maior que a dos tijolos e blocos convencionais.
Outro fator interessante é que, em 2018, construções alternativas movimentaram mais de 1,5 bilhão de dólares nos EUA, onde as garrafas PET estão dando origem a um novo tipo de fôrma para concretar: as ICFs (Insulating Concrete Forms), ou “fôrmas que isolam o concreto”.
O material tem sido usado na construção de casas e pequenos prédios de até quatro pavimentos. As ICFs não são retiradas após a cura do concreto, ficando dentro das estruturas plásticas para garantir o acabamento e o desempenho termoacústico das paredes.
Outra vantagem das ICFs é que elas já vêm com as ferragens que dão sustentação às paredes montadas. O construtor apenas despeja o concreto nos vãos das fôrmas, espera o material endurecer e continua erguendo paredes.
Além disso, elas minimizam os custos com mão de obra, otimizam o tempo de construção, impermeabilizam as paredes e protegem a obra contra potenciais incêndios, furacões e terremotos.
Gostou desse conteúdo? Então continue aprendendo sobre sustentabilidade com este material produzido pelo Sebrae: Como montar uma indústria de reaproveitamento de resíduos.
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