Para exportadores, a atual valorização do dólar frente ao real cria um cenário positivo, melhorando a receita e a competitividade dos produtos comercializados.

O risco cambial, muitas vezes, torna difícil ao empreendedor brasileiro prever seus próximos movimentos, uma vez que a cotação do dólar é quase sempre uma incógnita e afeta, diretamente, os preços dos insumos e do produto final. A cada oscilação da moeda americana, importadores e exportadores são diretamente afetados. Mas o cenário atual é de valorização do dólar e desvalorização do real, contribuindo para a alta na rentabilidade das exportações.
A depreciação do real frente ao dólar afeta, principalmente, a inflação e o comércio internacional. Insumos importados, por exemplo, ficam mais caros, aumentando custos de produção - ônus que é comumente repassado aos preços finais.
Quanto aos efeitos sobre o comércio internacional, tem-se que um real mais desvalorizado beneficia os exportadores, que recebem uma receita maior em reais. Mas, penaliza os importadores, que têm de lidar com o encarecimento de suas compras.
O risco cambial diz respeito ao perigo de uma empresa incorrer em perdas por conta da variação do câmbio. E o Brasil é um país com um câmbio extremamente volátil. Por isso, as empresas envolvidas no comércio global devem estar cada vez mais preparadas para se proteger deste risco.
Alta do dólar ajuda, mas é preciso cautela
Para as empresas exportadoras brasileiras, a alta do dólar cria um cenário positivo, pois quanto mais alto o valor da moeda, maiores também serão a receita e a competitividade dos produtos comercializados.
Uma exportadora pode reduzir o preço do seu produto, melhorando sua competitividade no mercado internacional, ou manter o preço praticado, aumentando sua margem de lucro. Com o aumento das exportações, temos a consequente alta na balança comercial.
É fato que a alta do dólar ajuda a exportação, mas o empreendedor precisa considerar que outras despesas que têm seus preços baseados em dólar também aumentam, como frete, seguro internacional, taxas e tarifas. E, mesmo que não sejam despesas do exportador, vão acabar impactando para o importador e esses aumentos acabam chegando no bolso do consumidor.
Com o avanço da globalização, é bastante comum que empresas do mundo inteiro estejam interligadas e as exportações apresentam os menores níveis de complexidade entre as estratégias de internacionalização e requerem um menor investimento.
Mas, como toda transação econômica internacional, o empreendedor precisa ajustar o preço de venda ou o preço de compra à evolução da cotação das moedas, para ter sucesso com exportação. Mesmo as empresas que vendem apenas para o mercado interno estão sujeitas ao risco da variação do valor da moeda. Isto porque muitas delas importam matéria-prima de outros países.
A alta do dólar favorece positivamente as exportações, mas não é um fator decisivo a curto prazo: as empresas precisam estar sempre estruturadas e planejarem bem seus custos e preços de venda.
Quanto às importações, a alta do dólar tem consequência inversa: a matéria-prima utilizada na industrialização de diversos produtos também sofre alteração de valor, aumentando o preço das mercadorias finais. Consequentemente, diminui o poder de compra do consumidor.
Como reduzir o risco cambial?
Muitos empresários se perguntam como reduzir o risco cambial para suas empresas. As companhias possuem uma série de mecanismos à disposição que, se bem utilizados, podem mitigar bastante este risco.
Exemplos desses mecanismos são:
- Contratos de dólar futuro;
- Contratos de swap;
- Operações com derivativos.
É importante compreender que a alta do dólar influencia diferentes setores da economia. Além das exportações, a valorização da moeda norte-americana incentiva o turismo interno, possibilitando aos viajantes circularem mais pelo Brasil, ao invés de buscarem destinos internacionais. O dólar alto favorece, ainda, a vinda de estrangeiros e incentiva a circulação do dinheiro dentro do país.
Para os empreendedores, o cenário ideal é aquele que compreende as oscilações e imprevisibilidades do comércio internacional e proporciona um preço de equilíbrio, que se mantenha a médio prazo. Portanto, fique sempre atento às flutuações das moedas e ao risco cambial.
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