No segundo dia da Agrolab Amazônia, que acontece virtualmente até quinta-feira (16), o Sebrae reuniu governadores dos estados da Amazônia Legal e empresários para discutir como as empresas e poder público podem convergir em prol da recuperação verde da região. O fórum virtual foi moderado pelo especialista em gestão, estratégia e liderança Oscar Motomura, CEO do Grupo Amana-Key.
Entres as autoridades do poder público estiveram presentes o governador do Amazonas, Wilson Lima; o governador do Maranhão, Flávio Dino; o vice-governador de Rondônia, José Atílio Martins; o governador do Mato Grosso do Sul, Mauro Mendes, entre outros representantes dos estados. No lado da iniciativa privada, o fórum contou a presença da presidente do Fundo JBS pela Amazônia, Joanita Karoleski; da gerente de Sustentabilidade da Natura, Priscila Matta; do diretor-presidente da Ciclo Cairu, Eugênio Ribeiro; do vice-presidente de suprimentos e sustentabilidade da Ambev, Rodrigo Figueiredo e do diretor de marketing e sustentabilidade da BYD Brasil, Adalberto Maluf.
Na abertura do evento, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou a Agrolab Amazônia como uma feira de ciência e tecnologia com visão de preservação ambiental, mas também como um ambiente de negócios. “Acreditamos que com a união do ambiental, do social e do econômico, certamente atenderemos o nosso objetivo”, ressaltou. Ele destacou o Bioma Amazônia com um dos ativos mais importantes do mundo e a responsabilidade de todos diante da preservação da região. “O carro-chefe do Sebrae é trazer a visão empreendedora para o desenvolvimento e para a prosperidade. E trazer esse ambiente para Amazônia é extremamente necessário”, analisou.
Melles fez questão de destacar as ações do Sebrae na região, como a identificação e apoio no registro de Indicações Geográficas (IG) em diversos segmentos da bioeconomia. Também lembrou que a entidade desenvolve programas como o Inova Amazônia, que estimula o desenvolvimento de pequenos negócios inovadores no Bioma, a partir do uso sustentável dos recursos da biodiversidade local, e ainda falou sobre as parcerias com o governo federal nas iniciativas como o Floresta + e participação no Conselho da Amazônia, liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Durante o encontro, os representantes dos governos dos estados da Amazônia Legal defenderam a preservação da Amazônia e reforçaram o papel do poder público como indutor do desenvolvimento da região, principalmente no que se refere em melhorar a qualidade de vida da população local. O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou que é preciso encontrar caminhos de conciliação para trazer avanços e superar os desafios. “Precisamos entender que a floresta Amazônia é mantida em pé por uma lógica econômica e acima de tudo quem ter que ser valorizado é o cidadão que está na floresta para que ele sinta o efeito econômico na vida dele e da família”, comentou.
Já o governador do Maranhão, Flávio Dino, destacou que à emergência climática soma-se a crise social. “Existe quase um consenso que a floresta não é um obstáculo ao progresso social e sim um ativo. A questão é em que velocidade esse ativo se tangibiliza na vida dos 30 milhões de brasileiros e brasileiras que moram na Amazônia”, pontuou.
Por outro lado, os representantes do setor privado destacaram a sustentabilidade como estratégias essenciais nos negócios. A gerente de Sustentabilidade da Natura, Priscila Matta, destacou a atuação da empresa há 20 anos na Amazônia. Segundo ela, somente uma atuação em rede é capaz de direcionar e alavancar o fortalecimento da floresta em pé. “Precisamos estar juntos, direcionando uma estratégia ou cada um na sua expertise, mas unindo esforços para trabalhar os principais gargalos e as principais oportunidades de alavancar, realmente, essa bioeconomia de florestas”, avaliou.