Fibras vegetais ganham vida na mão de artesãos, geram renda para comunidades e divulgam a tradição de povos originários.

Quem viaja pelo Brasil sempre traz na bagagem de volta peças de artesanato que imprimem um pouco da beleza e da cultura dos locais visitados. Esses produtos, por sua vez, têm importância muito maior do que estética ou de “dar o clima” regional. Com uma flora rica e diversa, o país tem opções para todos os gostos e cada região acaba por desenvolver um desenho, uma forma de trabalho e características próprias a partir das fibras vegetais mais comumente utilizadas.
Empregando técnicas como trançado, tecelagem, costura, crochê, bordados e rendas, os produtos vão muito além das roupas e redes de descanso. Eles compõem uma infinidade de objetos utilitários, mobiliários, cestarias, bolsas, bijuterias, vestuário, persianas, cortinas, tapetes, papel de parede, luminárias e outros que se encaixam na categoria “presentes”.
Para cada objeto que vai na mala do visitante, é criada toda uma cadeia de valor que gera renda à comunidade, contribuindo para evitar a migração da população. Em uma simples cesta, por exemplo, há criatividade, tradição, transmissão de costumes, empoderamento feminino e respeito à natureza. Pelas mãos dos artesãos, as fibras são transformadas em peças de arte ecologicamente corretas.
Fibras de arumã, piaçaba, capim estrela, capim dourado, ouricuri, dendê, buri, junco, carnaúba, buriti, cipó-imbé, cipó-titica, tucum, tucumã e outras são extraídas de palmeiras, gramíneas e cipós. Mas o povo Yanomami não se limita ao reino vegetal e utiliza uma espécie de fungo, o përisi, na confecção de sua famosa cestaria. Coletado apenas pelas mulheres da etnia indígena, trata-se de um fio longo, preto e muito resistente.
Uma moda que não vai passar
O artesanato com fibras vegetais atrai consumidores, decoradores e designers pela beleza, utilidade e, mais acentuadamente, pela presença de matérias-primas naturais e sustentáveis, inclusive porque muitos produtos são confeccionados com partes de plantas e não requerem a sua retirada por inteiro.
São produtos repletos de tradição que também apresentam características próprias marcantes, como é o caso da cestaria, técnica herdada dos povos indígenas e amplamente encontrada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
As cestas Baniwa, fabricadas com arumã tingido com urucum e carvão, têm como marca registrada as chamadas sílabas gráficas, que são padrões gráficos gerados ao longo do trançado. Os povos Xerente, que vivem no Jalapão (TO), utilizam o capim dourado, ou seja, fibras que reproduzem o ouro do cerrado e que são empregadas na confecção de belas bolsas, cintos e bijuterias cobiçadas no Brasil e no exterior.
O artesanato com fibras vegetais mostra como somar saberes é um excelente negócio. Objetos feitos à mão por comunidades ancestrais ganham um empurrão de designers antenados e se tornam valiosos, no mais amplo sentido do termo.
Participar dessa cadeia de valor é uma oportunidade de empreender com algo que é único, desejado e repleto de significados. Se gostou da sugestão, não deixe de acessar os conteúdos abaixo:
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