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Inovação | SUSTENTABILIDADE
Biotecnologia e sustentabilidade na área de cosméticos e beleza

Biotecnologia e beleza caminham de mãos dadas quando se discute o futuro da cosmetologia sob a ótica da sustentabilidade.

· 03/11/2022 · Atualizado em 01/04/2024
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Vamos começar este artigo com uma definição: afinal, o que é biotecnologia? Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “biotecnologia significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica”. Ou seja, biotecnologia é o ramo da ciência que, a partir de organismos vivos, cria produtos para melhorar a forma como vivemos, e usa, para isso, os conhecimentos acadêmicos, a experimentação e a constante inovação.

Aplicada à produção de cosméticos, a biotecnologia abre para nós um vasto caminho no âmbito da sustentabilidade: cosméticos sustentáveis são aqueles que, durante seu ciclo de vida útil (da produção ao uso e descarte), impactam menos o meio ambiente do que os produtos tradicionais, levam em consideração o bem-estar animal e são preparados com matérias-primas renováveis.

Muitos cosméticos podem ser classificados como sustentáveis: os sem parabenos e sem sulfatos, os naturais, os orgânicos, os veganos (que não contêm nenhum ingrediente de origem animal) e aqueles que não foram testados em animais (veja box).

Para as empresas, produzir cosméticos sustentáveis é uma forma de demonstrar responsabilidade corporativa, porque demonstra que tem consciência dos efeitos socioambientais que suas atividades podem ocasionar e, principalmente, que toma decisões baseadas nesse conhecimento.

A importância da inovação

Em cosmetologia, inovar é indispensável: a indústria caminha com rapidez e quem "pára no tempo” é engolido pela concorrência. Inovar com o uso de biotecnologia significa utilizar a biodiversidade e seus ativos sem devastá-los, formatando as cadeias de valor por meio de processos regenerativos.

Hoje, substâncias ativas de origem animal ou vegetal utilizadas na indústria cosmética podem ser obtidas por cultivo tradicional ou biotecnologicamente, a partir, por exemplo, do cultivo de micro-organismos. 

Petrolatos e outros derivados de petróleo, tais como a parafina líquida e a vaselina, foram usados como matéria-prima cosmética durante décadas e hoje cedem espaço para os emolientes de origem vegetal, que são solúveis em água e não prejudicam a vida marinha e os lençóis freáticos como seus antecessores.

A biotecnologia aplicada à produção cosmética também amplia os horizontes para os cosméticos veganos. O ácido lático, por exemplo, pode ser produzido via fermentação de diferentes fontes de açúcar pelas bactérias láticas (probióticas), dispensando o uso de substratos animais.

Processos biotecnológicos também possibilitam aumentar o rendimento e a qualidade dos bioativos para matéria-prima, além de obter cultura de células e tecidos vegetais para realização dos testes de segurança. 

Assim, por meio da biotecnologia, os vegetais podem fornecer todas as biomoléculas de interesse na fabricação de um produto cosmético, graças a seus polímeros, pigmentos, polissacarídeos, enzimas, peptídeos e metabólitos secundários, tais como os polifenóis, os alcalóides e os carotenóides.

A startup brasileira Bio Breyer é um exemplo de empresa de biotecnologia inovadora: recentemente, ela entregou para o mercado o primeiro ácido hialurônico nacional obtido de leveduras geneticamente modificadas. Também brasileira, a Planty Beauty aposta na biotecnologia para encampar uma produção de cosméticos mais limpa e de baixo impacto ambiental. Suas matérias-primas naturais são certificadas e geram renda para pequenas comunidades indígenas e quilombolas. A empresa também utiliza um biossintético para possibilitar a produção em escala e manter um melhor controle de qualidade, sem uso de animais no processo e sem uso de fontes não renováveis (petróleo).

Vale destacar que bioativos originados de processos inovadores agregam valor às formulações cosméticas. Logo, os investimentos em inovação biotecnológica para a obtenção de ativos e de processos são um bom negócio!

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Beleza sem crueldade

Em 1980, o jornal New York Times publicou um artigo intitulado “Quantos coelhos a Revlon cega em nome da beleza?”. No texto, o ativista Henry Spira manifestava seu repúdio aos testes em animais e expunha informações sobre os bastidores da gigante multinacional de cosmetologia. Daquele momento em diante, o tema entrou na pauta dos ativistas pelos direitos animais, das próprias empresas (que perceberam o impacto negativo que o artigo provocou com relação à marca Revlon) e de legisladores do mundo todo, que começaram a discutir a necessidade de repensar a forma como a segurança dos produtos de beleza era testada pela indústria.

Claro que a realidade não mudou em um passe de mágica, mas os primeiros frutos começaram a surgir anos depois: em 1998, a Inglaterra proibiu os testes em animais pela indústria cosmética; em 2004, foi a vez da União Europeia, onde estão sediadas grandes marcas, como L’Oreal e Vichy; hoje, a proibição abrange 41 países.

Por ora, no Brasil, somente 11 estados e o Distrito Federal proíbem o uso de animais pela indústria da beleza. Há um projeto de lei federal (PCL 70/2014) nesse sentido; caso a lei seja aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República, é possível que o Brasil passe a integrar o conjunto de países que erradicaram a prática.

Vale ressaltar que os testes em animais são não somente cruéis, mas ineficientes: um produto inofensivo para o organismo de determinado animal pode acarretar reação adversa aos seres humanos, e vice-versa. O assunto é polêmico, mas o fato é que hoje a ciência conta com novas abordagens metodológicas que propiciam dados muito mais relevantes para avaliar a segurança de um produto para o nosso uso do que os testes in vivo. São testes baseados em dados ou material biológico da nossa espécie, que incluem culturas de células e tecidos, modelagem matemática, simulações computacionais e estudos químicos.

 

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