Crocante e de sabor intenso, a farinha de mandioca da região de Bragança, no Pará, conquistou o paladar do Brasil e do mundo
Ela pode ser chamada farinha de mandioca ou de farinha d’água. Seja com um ou outro nome, o sabor e a qualidade são os mesmos quando se trata da farinha de Bragança, região que engloba cinco municípios do estado do Pará. Essas características especiais do produto estão relacionadas com o seu modo de preparo: a mandioca precisa passar por um período de fermentação de 4 a 5 dias, de molho em reservatórios, antes de ser descascada e colocada novamente de molho por mais 24h em água limpa.
O segundo passo é triturar a mandioca e colocá-la no tipiti (utensílio indígena que funciona como uma prensa) ou numa prensa comum. É nessa etapa que são separados o líquido (tucupi) e a massa da mandioca, que em seguida é escaldada e torrada em forno preaquecido.
O resultado é uma farinha crocante, de sabor único. Além do tempo de fermentação, responsável pelo sabor intenso, outro segredo é a torra: a mandioca vai ainda úmida para o tacho e é mexida manualmente durante o processo de escaldamento. Desse modo, ela é pré-cozida antes de ser torrada, processo que resulta em sua crocância característica.
Para chegar nesse processo, que produz uma qualidade tão alta, foram necessários séculos de tradição. A relação entre Bragança e a produção de farinha de mandioca é quase tão antiga quanto a origem do município, fundado no ano de 1613. Já nessa época o produto fazia parte do cotidiano dos indígenas que viviam na região.
Mas foi a partir do final do século XIX que o produto ganhou maior reconhecimento, com a chegada de migrantes do Nordeste do Brasil que foram para a região para formar núcleos agrícolas e exportar a produção de farinha por via férrea.
Assim, ao longo dos anos, foi reconhecida a qualidade da farinha. Além disso, o seu alto consumo local a transformou em um forte elemento da cultura paraense, sendo considerada um patrimônio imaterial. Esse título também impulsionou o reconhecimento nacional e internacional da farinha de Bragança.
Impacto na região
Em Bragança, a produção de mandioca está presente em praticamente todos os grupos familiares de produção agrícola da comunidade. Os moradores são prioritariamente produtores de farinha e baseiam a produção na agricultura familiar e agroecologia. Os cinco municípios da região de Bragança produzem, juntos, em torno de 32 mil toneladas de farinha por ano, em 13 mil casas de farinha. Estima-se que cerca de 10 mil produtores locais trabalhem na produção da farinha.
Onde encontrar
Interessados em comprar a farinha de mandioca de Bragança podem entrar em contato com a Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares e Extrativistas dos Caetés – COOMAC
Endereço: Rod. Bragança-Viseu, BR 308, km 12 | Bairro: Comunidade do Cearazinho, Zona Rural | Cidade: Bragança/PA | CEP: 68660-000
Telefone: +55 (91) 9902-7593 | E-mail: magalhaesjnp@gmail.com
Dados técnicos
Número: BR402019000001-1
Indicação Geográfica: Bragança
UF: Pará
Requerente: Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares e Extrativistas dos Caetés - COOMAC
Produto: Farinha de mandioca
Data do Registro: 18/05/2021
Delimitação: Delimitação geopolítica dos municípios de Augusto Corrêa, Bragança, Santa Luzia do Pará, Tracuateua e Viseu, todos localizados no estado do Pará.
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