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Um modelo cooperativista, fundamentalmente, é um modelo socioeconômico que busca promover mais igualdade e justiça. Para garantir esses valores, é importante que as cooperativas sejam reflexo também da sociedade. 

Os resultados do cooperativismo são repartidos entre todos os envolvidos, afinal, tratam-se de instituições geridas de maneira democrática, onde todos são donos do negócio. Desse modo, é importante que, nas cooperativas, a participação também seja democrática. Um exemplo disso é a equidade de gênero. 

Homens e mulheres, portanto, devem ter a mesma representatividade entre os colaboradores das cooperativas, inclusive nas lideranças. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2022, produzido pelo Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), as mulheres fazem parte dos 40% de participação dos mais de 18 milhões de cooperados no Brasil.

Ao analisar a distribuição por gênero nos sete ramos do cooperativismo, a representatividade feminina tem destaque nos segmentos de saúde, com mais da metade dos cooperados do ramo: 53%.

Para além da representatividade, o cooperativismo pode trazer independência e capacitação para mulheres em situações vulneráveis das mais variadas. Saiba mais acompanhando a leitura deste artigo.

Cooperativismo e liderança feminina

São muitos os exemplos de instituições cooperativas que contam com uma gerência feminina em prol de uma sociedade mais justa e igualitária. Além do fato de promover um ambiente de trabalho mais democrático, essas cooperativas trazem resultados que beneficiam grupos mais vulneráveis.

Saiba mais no Sebrae:

Coletivo Alecrim Educação

Em Florianópolis, o Coletivo Alecrim Educação nasceu a partir de uma cooperativa de famílias, e agora estudam propostas para a cidade e as infâncias nos temas da educação, ecologia, arte, lazer e cultura.

A história do coletivo começou em 2015, quando algumas mães começaram a se reunir para pensar a construção coletiva de um espaço educativo em que as famílias pudessem se revezar no cuidado com os filhos. 

A ideia não era única na cidade de Florianópolis, pois naquela mesma época, outros pais e mães também estavam se organizando em um modelo de cooperação e mostravam um caminho possível para conciliarem o retorno às suas atividades de trabalho e/ou estudo concomitante ao acompanhamento, de perto, da educação dos pequenos.

Coletivo Justa Trama

A Justa Trama, que conta com uma liderança feminina, é composta por trabalhadores(as) organizados(as) em empreendimentos da economia solidária. 

São mulheres e homens agricultores, fiadores, tecedores, costureiras, artesãs e coletores e beneficiadores de sementes. Trata-se de um grupo que acredita no comércio justo e solidário e em relações de produção sem exploração. 

A Cooperativa Central Justa Trama é uma cadeia produtiva, processo que se inicia no plantio do algodão agroecológico e vai até a comercialização de peças de confecção produzidas com este insumo. A Justa Trama tem o Certificado Orgânico IBD. 

Cooperativismo: igualdade e liberdade

Com esses exemplos, é possível notar que quando as mulheres se movimentam, é um movimento em paralelo com toda a sociedade. Os dados desse espaço feminino nas cooperativas ainda não são os ideais para uma equidade de gênero, mas já é uma participação que, para além da representatividade, apresenta resultados concretos. 

Os sete princípios do cooperativismo, inclusive, expressam os valores de igualdade e liberdade do movimento.  Portanto, ressaltar cada vez mais a participação feminina nas cooperativas é também visar por valores à construção de um mundo mais justo, equilibrado e com mais oportunidades. Assim, toda a sociedade sai ganhando.